segunda-feira, 15 de novembro de 2010

5 mitos sobre o Google



5. O Google não ganha dinheiro

O Google oferece um número absurdo de serviços online. Há o mecanismo de busca Google, o Gmail, o Google Maps, o Google Earth, o Google News, o Google Talk, o Google Docs e o Google Calendar, apenas para arranhar a superfície do leque de produtos e serviços oferecidos pela empresa. E há sites populares comprados pelo Google, como o YouTube, o Picasa e o Blogger. Todos esses serviços são totalmente gratuitos.

Então, como o Google ganha dnheiro? Ele ganha dinheiro, afinal? Desde a estreia do Google, um boato persistente afirma que a companhia não tem modelo de negócios definido e, como consequência, não tem lucro algum. Esse é um mito seriamente equivocado.

Em 2008, o Google fez cerca de US$ 22 bilhões [fonte: Google]. Noventa e sete porcento da receita da companhia vem da publicidade. Como eles conseguem isso? O Google desenvolveu dois modelos de publicidade online altamente lucrativos: o Google AdWords e o Google AdSense.

AdWords são anúncios que aparecem durante as buscas no Google acima e ao lado dos principais resultados de busca. Eles são classificados como "Sponsored Links" (ou Links patrocinados). Anunciantes podem usar o AdWords para escrever anúncios de texto curto e identificá-los com palavras-chaves. O Google então usa algoritmos complicados para encontrar os anúncios mais relevantes para certas buscas no Google.

O anunciante não paga o Google a cada vez que seu anúncio é exibido, mas só quando o internauta clica no anúncio. Os custos da taxa de cliques podem ser tão baixos quanto 10 centavos de dólar, por isso esse tipo de anúncio não chega a ser um investimento muito caro para os anunciantes. Mas para o Google, todos esses centavos fazem, juntos, um dinheirão.

O AdSense funciona de maneira similar, mas os anúncios de texto aparecem em sites fora do Google. Se você tem um website e quer ganhar um pouco de dinheiro com publicidade, você podem usar o AdSense. O Google usa seus algorítmos para mostrar anúncios pertinentes aos visitantes do site. Cada vez que um visitante clica em um anúncio, o anunciante paga ao Google US$ 0,10 ou US$ 20, dependendo da popularidade de uma palavra-chave específica. O Google então dá a você, o dono do site, uma pequena parcela desse dinheiro.

Tenha em mente que toda essa renda não é puro lucro: Depois de um ano de perdas de investimentos e crise econômica geral, o Google teve um lucro de US$ 4 bilhões em 2008. No último trimestre de 2008, contudo, o Google experimentou sua primeira queda nos lucros trimestrais [fonte: Liedtkel].


4. O Google está nos deixando burros

Qual é a capital do Uruguai? Quem foi a primeira astronauta da Nasa? O que exatamente é a Segunda Lei do Movimento de Newton? Ah, isso é fácil! Google. Google. Google.
Acredite se puder, houve um tempo em que o mundo esperava que você, na verdade, se lembrasse e analisasse datas, fatos e outros bits de informação altamente esquecíveis aprendidos na escola. Agora, em vez de memória de longo prazo e inteligência, nós temos um campo de busca.

Essa ideia levanta uma questão provocativa: O Google realmente nos torna burros ou nós, como sociedade global, simplesmente mudamos a definição da palavra "inteligente"?

Um artigo recente na revista literária "The Atlantic Monthly" mostra que as pessoas vêm culpando a tecnologia pela franca decadência da nossa inteligência desde o começo. Sócrates lamentava a invenção da palavra escrita, dizendo que ela levaria os humanos a se tornar esquecíveis [fonte: Carr]. A imprensa escrita clareou o tumulto sobre a democratização do conhecimento e seu efeito degradante na crença religiosa.

A Internet também tem seus críticos. Estudos mostram que a Internet provocou algumas mudanças claras na forma como nós processamos a informação [fonte; Rich]. Nos domínios online, a leitura às pressas, de salta-salta de links e não linear é mais comum que digerir longos textos, como faríamos em um livro ou revista. Os críticos argumentam que nosso crescente desinteresse pela leitura de longas passagens de texto significa que nós não pensamos de maneira crítica sobre um assunto [fonte: Carr].

Defensores da Internet argumentam de maneira oposta: O Google nos fez infinitamente mais inteligentes ao nos dar acesso instantâneo a todo o conhecimento coletivo do mundo [fonte: Grier]. Eles alegam que o Google é a solução inteligente para um sistema bibliotecário tecnologicamente burro e obsoleto. Com o Google, nós podemos reunir informação minuto-a-minuto de uma infinidade de fontes com velocidade impressionante.

Em outras palavras: Sim, nós lemos às pressas, mas isso não é necessariamente algo ruim.


3. O Google sabe tudo sobre você

Fundo nas entranhas de uma fazenda de servidores iluminados por luz neon, numa sala de temperatura controlada, dentro do indescritível data center do Google, em um parque industrial sem nome no Estado do Arkansas, descansam gigabytes de informação. Essa informação pinta um quadro chocantemente preciso sobre quem você é, onde você mora e o que você gosta de assistir no YouTube. Soa sinistro, não é?

É tudo verdade: O Google salva as buscas feitas associadas com o endereço IP (Protocolo de Internet) por nove meses [fonte: Privacy Rights Clearinghouse]. Ele usa um software para varrer os e-mails online à procura de palavras-chaves. Com um novo serviço de telefonia celular chamado Latitude, seus amigos (e o Google) sempre sabem onde você está. Mesmo o YouTube sempre parece sugerir vídeos que você, na verdade, quer ver. Assustador, né?

Obviamente, você deve pensar que, se o Google tem acesso a toda essa informação, ele a está usando de maneiras sinistras. Não tão rápido: De acordo com representantes do Google, não há nada pessoalmente identificável sobre qualquer dado que o Google salva e analisa. Suas requisições de buscas, por exemplo, não são, na verdade, suas requisições de buscas, mas buscas feitas do endereço de IP do seu computador. Um endereço IP somente dá ao Google uma vaga localização geográfica, não um nome.

Nenhum funcionário do Google tem permissão para fazer conexões entre endereços IP e pessoas. Na realidade, o Google tem um histórico de negar requisições do governo americano para entregar históricos de busca para investigações [fonte: Boggan].

A coisa mais diabólica que o Google faz com as vastas informações armazenadas é usar seu histórico de busca e palavras-chaves de e-mails para fornecer anúncios online de acordo com os seus interesses. Contudo, os defensores da privacidade alegam que nenhuma entidade única deveria ter permissão para coletar esse tanto de informação. Eles estão preocupados que os hackers possam pôr suas mãos nela ou que o Google finalmente vá dá-la ao governo. E se o Google de repente precisar fazer um dinheiro rápido - o que o impediria de vender nossa informação ao apostador mais alto?

A resposta, de acordo com o Google, é a filosofia corporativa número 6: "Você pode ganhar dinheiro sem fazer o mal" [fonte: Google].


2. O Google Earth está espionando você

Há algo inegavelmente Orwelliano sobre o Google Earth. Digite seu endereço de casa, e a câmera do Google Earth vem da estratosfera para exibir um vista aérea clara da sua casa. Dê um zoom e você pode até ver os rododentros rosa na porta e seu carro na frente da garagem.

Você meio que espera poder dar um zoom para dentro da janela da sala de estar e ver-se sentado na frente do computador. Acene para a câmera!

O mito sobre o Google Earth é que ele é a mais poderosa câmera de espionagem em tempo real do mundo. A verdade é que cada imagem que você vê no Google Earth tem, em média, um ou dois anos [fonte: Google Earth]. O Google coleta e compõe imagens de satélites e imagens aéreas de companhias como a DigitalGlobe e Tele Atlas, bem como de agências do governo americano e das forças armadas.

Por isso, sim, é possível ser pego pela câmera do Google Earth, mas isso seria uma sorte incrível.

A opção "Street View" [Vista da rua] no Google Maps também entrou no fogo cruzado dos defensores da privacidade, que acreditam que ele também funciona como uma câmera-espiã. Mas, uma vez mais, as imagens só são atualizadas uma vez a cada dois anos. Mais, o Google criou um algoritmo borrador de faces para proteger o anonimato de pessoas acidentalmente capturadas na câmera [fonte: Rosenblatt].


1. O Google quer ser dono da Internet

Quando o Google compra alguma coisa - como o YouTube -, geralmente vira manchete. É por isso que alguns observadores do Google estão intrigados com a compra extremamente silenciosa de quilômetros e quilômetros de fibra ótica escura.
A fibra ótica escura é um cabo de rede de fibra ótica de alta velocidade que ainda não foi ligado. Pessoas de dentro do Google dizem que o Google é dono de mais fibra escura do que qualquer companhia no mundo [fonte: Cringely].

O que uma companhia como o Google poderia fazer com todo esse cabo extra? Resposta curta: sequestrar a Internet.

Esse é o cenário apocalíptico proposto pelo escritor de tecnologia e colunista Robert X. Cringely. À medida que mais e mais pessoas usarem a Internet para baixar filmes, seriados de TV, música e outras mídias, os provedores de Internet vão sofrer para se adequar à crescente demanda por largura de banda. O Google, por sua vez, vai usar toda essa fibra escura para construir sua própria versão mais eficiente de Internet. Quando os provedores de acesso atingirem sua capacidade, eles não terão outra opção a não ser desviar todo o seu tráfego através do Google.

"Não saberemos se estamos acessando a Internet ou o Google, e para todos os propósitos práticos, isso não importará", escreveu Cringely em 2007. "O Google vai se tornar nossa companhia telefônica, nosso sistema de som e nossa filmadora digital".

Representantes do Google têm uma explicação menos dramática para a compra de fibra ótica escura. Eles simplesmente querem usá-la para interconectar seus data centers localizados ao redor do mundo.

O Google também tem parceria com empresas de telecomuncações como AT&T para comprar largura de banda em suas redes nacionais. Para fazer esses acordos funcionar, o Google tem de transferir muito de seu tráfego para locações remotas específicas. Isso requer muita quantidade extra de fibra também.

"Você vê um artigo no "The New York Times" sobre como a AT&T comprou mais fibra, e sua ações sobem", disse Chris Sacca, do Google, em 2006. "Aí tem o mesmo artigo aqui sobre como o Google comprou fibra, e é como se o Google estivesse tentando dominar o mundo."

Esse não parece ser o caso. Por enquanto.

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